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Morre aos 61 anos a jornalista Sandra Moreyra, vencida por um câncer

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Sandra desempenhou o papel de jornalista na rua e dentro da redação. Aos 61 anos, resistindo bravamente à doença, ela não desanimava.

Morreu, nesta terça-feira (10), no Rio, aos 61 anos, a jornalista Sandra Moreyra, vencida por um câncer. Sandra foi uma colega talentosíssima e muito querida de todo mundo na Globo.

A voz marcante, o sorriso aberto, o texto irretocável, preciso, sensível. O prazer de ser jornalista. Sandra era inspiração para todos na redação. Jornalista experiente, mas com o entusiasmo de uma iniciante. Sempre querendo fazer diferente.

Colega de todas as gerações tiveram a sorte de dividir com ela as dores e as vitórias do dia a dia da profissão. Mestra, em cada reportagem, Sandra dava aula de como escrever, como entrevistar, como dar a notícia e emocionar.

Carioca de nascimento e de alma. E jornalista de nascença. Vocação herdada do avô e do pai, o cronista esportivo Sandro Moreyra. De quem também herdou o amor pelo Botafogo.

Sandra começou como estagiária no Jornal do Brasil em 1975. Na TV, cobriu o movimento pelas Diretas, a morte de Tancredo Neves. Ela também noticiou o naufrágio do Bateau Mouche em 1988. E, em 2012, o desabamento do Edifício Liberdade, no centro do Rio.

Desempenhou o papel de jornalista na rua e também dentro da redação. Nas funções de chefe de redação da Globonews. E de editora executiva do Bom Dia Brasil. Sandra misturava as palavras como numa receita.

No Bom Dia Brasil, juntou a paixão pelo jornalismo e pela gastronomia. E toda semana, ela servia uma reportagem saborosa no quadro Arte da Mesa.

Quantos carnavais. Foram décadas de cobertura dos desfiles na Marques de Sapucaí. Com a mesma alegria.

Em 2006, Sandra Moreyra misturou batucada com música clássica no Jornal Nacional. Tinha uma profunda ligação com a arte. A admiração pelas curvas de Oscar Niemeyer virou uma série para a GloboNews. O interesse pela história a levou para Portugal, para conta a história da chegada da família real ao Brasil.

Sandra Moreyra já enfrentava o câncer quando encarou um novo projeto: um documentário para o cinema. Sandra fez o roteiro de Setenta, de Emília Silveira, sobre um grupo de presos políticos da Ditadura Militar.

Aos 61 anos, Sandra resistia à doença que teimava em enfraquecê-la, Sandra não desanimava. Continuava trabalhando atrás das câmeras, nos bastidores da notícia. Depois de uma cirurgia, em 2013, a voz grave, marca registrada, não pôde mais ser ouvida. Sandra passou a falar baixinho, a sussurrar. Mas continuou a escrever com a força de sempre. E pediu emprestada a voz de grandes artistas da Globo pra levar ao ar as crônicas que escreveu em homenagem aos 450 anos do Rio. Era Sandra Moreyra em cada palavra.
(Do G1/Jornal Nacional)

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