Aliados do PT e do PMDB acreditam que o rebaixamento do grau de investimento do Brasil fará a presidente Dilma Rousseff perder dois de seus maiores aliados na campanha contra o impeachment: o empresariado e as classes C e D. Enquanto o sistema financeiro era o principal lastro do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, grande parte do eleitorado da petista pode migrar para o outro lado com o agravamento da recessão e do desemprego. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, um senador petista chegou a descrever o quadro da presidente como “paciente terminal”: “Uma hora para de funcionar um rim, dali a pouco é o coração que dá sinal de que vai pifar”. Mesmo assim, o vice-presidente Michel Temer tem tentado amenizar a situação e continua a defender uma união. “O momento não é de partido, não é de governo, é de pensar no país. Isso é que deve guiar nossas ações”, defendeu em jantar com governadores e congressistas
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Dilma pede agilidade nos cortes e coesão da equipe em reunião com coordenação política
Uma das primeiras respostas da presidente Dilma Rousseff (PT) após a agência de classificação de risco Standard&Poor's ter tirado o grau de investimento do país foi se reunir com a coordenação política para tomar providências. Ao lado de ministros e do vice-presidente Michel Temer (PMDB), Dilma pediu nesta quinta-feira (10) agilidade e urgência nos cortes do governo e destacou a necessidade de unidade e coesão da equipe. As informações são do Blog do Camarotti, no G1. Um dos participantes do encontro informou ao repórter que cortes expressivos de gastos devem ser anunciados em breve para, então, o governo negociar com o Congresso novas propostas para aumentar a arrecadação.
Uma das prioridades do Planalto nesse primeiro momento é o projeto de lei sobre repatriação de recursos brasileiros não declarados no exterior, enviado nesta quinta ao Congresso, que pode criar condições para a reforma do ICMS. Outro ministro que participou da reunião disse que a coordenação política avaliou como erro ter enviado déficit orçamentário de R$ 30 bi ao Congresso, já que isso pode ter antecipado a perda de grau de investimento. "O governo não vai negar nenhuma das dificuldades e também não nega o balizamento feito pela agência de classificação de risco. O cenário já não era positivo, o governo sabia que iria enfrentar esses problemas. Agora o governo vai tomar medidas para buscar o superávit primário", afirmou.